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Explorando Limites e Redefinindo Conexões

  • Foto do escritor: Samara Muniz
    Samara Muniz
  • 24 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de set. de 2024

Faz um mês desde que deixei de amamentar minha filha. Foi um adeus que chegou inesperadamente cedo, quando ela tinha um ano e oito meses. O plano original era que esse capítulo íntimo e profundo da nossa relação terminasse quando ela completasse dois anos. Porém, a vida nos levou por um caminho diferente, ditado pela necessidade de enfrentar exames e medicamentos fortes. Lembro-me dela chorando, e aquilo doeu em mim profundamente. Dizer não parecia ser um tumulto de emoções, uma luta interna que lançava meu coração no chão.

Estávamos encerrando uma jornada que foi mais do que alimentação. A amamentação foi um momento de profunda intimidade, um intercâmbio de amor e cumplicidade que nos ligava de maneira única. Mas a ausência desse vínculo físico não significava que esses laços seriam desfeitos. Nossa conexão, nossa ligação, nossos sentimentos não ficariam desamparados. No entanto, teríamos que explorar nossa dinâmica de maneira nova, encontrar maneiras diferentes de nutrir o nosso relacionamento.

Esse processo me levou a refletir sobre os limites que impomos em nossas relações - com nossos filhos, parceiros, trabalho, amigos e o mundo ao nosso redor. Estabelecer limites é essencial para garantir que essas relações permaneçam saudáveis e equilibradas. No entanto, é natural que o medo se infiltre, nos fazendo temer que esses limites possam quebrar o elo que tanto valorizamos.

E assim, muitas vezes, permanecemos dentro das fronteiras que conhecemos, por medo de expandir e arriscar. Aceitamos as limitações presentes, mesmo quando sabemos que merecemos algo mais amplo, mais gratificante. A sensação de ruptura, de se afastar daquilo que conhecemos, pode ser dolorosa. Assim como doeu quando minha filha chorou sem entender o porquê do nosso adeus à amamentação.

No entanto, permitir-se romper com padrões que não servem mais é um ato de coragem. É reconhecer que, para crescer, evoluir e florescer, precisamos dar passos além das fronteiras conhecidas. Esse rompimento pode trazer consigo uma dor temporária, o desejo ocasional de voltar atrás, mas também traz a promessa de um futuro repleto de oportunidades.

É a jornada de aprender a viver de maneira saudável e autêntica - tanto com os outros quanto consigo mesma. Enquanto as lágrimas da despedida da amamentação ainda estão frescas, sei que estamos abrindo espaço para um amor que continuará crescendo, se transformando e florescendo, de maneira única e bela. E assim, somos lembrados de que o ato de estabelecer limites pode, na verdade, nos libertar para explorar horizontes mais amplos, onde nossos relacionamentos, nossa conexão e nosso amor possam se expandir e brilhar.

 
 
 

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© Samara Muniz 2024

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