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Abraçando Nossas Contradições

  • Foto do escritor: Samara Muniz
    Samara Muniz
  • 13 de out. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de set. de 2024

Mais um dia emerge e com ele, memórias que nos tocam. Um colega da faculdade começou a me seguir no Instagram, e pensei: "E se ele olhar profundamente e perceber que talvez eu não seja tão competente quanto aparento?" O curioso é que eu me considero uma excelente profissional, então por que esse questionamento?


Minha mente dança entre idas e vindas, como um voo sincronizado e desarmônico. Só faço sentido para mim mesma. Sempre observei meus colegas de classe tão eloquentes e dedicados na sala de aula. No entanto, nos estágios, eu brilhava. Um conhecimento que nem eu sabia que possuía emergia, e minhas intervenções eram espontâneas, mas cirúrgicas. Quem imaginaria que eu tinha esse lado astuto? E, ainda assim, persiste um sentimento de que tudo isso não passa de uma ilusão.


Voluntariado se tornou meu caminho durante a formação, um desafio em várias direções possíveis. Estágios com usuários de substâncias químicas e vítimas de violência sexual, enquanto me dedicava a diversos cursos na área. Essas experiências construíram a base da minha carreira. Cresci profissionalmente aos poucos, e hoje me considero em uma posição confortável. Mas por que essa sensação de falsidade perdura?


Alguns chamam de "síndrome do impostor", mas a questão é mais profunda. Meu Instagram transmite mensagens, mas não revela quem sou na prática. Inseguranças do passado ressurgiram, a garota da escola pública em uma universidade particular, onde muitos frequentam escolas de renome. Cresci, me capacitei, conheço meu potencial, mas a sensação de desvantagem persiste, como se nada fosse suficiente para chegar lá.


Isso reflete a jornada de muitos, alternando entre sermos reis galácticos e artistas da ilusão. Afinal, é uma parte intrínseca da nossa humanidade. Quem disse que a confiança é inabalável? Quem nos iludiu com a ideia de termos opiniões sobre tudo o tempo todo? Quem nos disse que devemos ser um oásis de empoderamento ininterrupto?


Aceitar nossas inseguranças é também aceitar nossa própria essência. E, de forma paradoxal, essa aceitação nos transforma. Aceitar é também se permitir questionar, sentar com os sentimentos difíceis. Hoje pode ser um desafio, mas amanhã, podemos voltar a reinar em nossa galáxia. Sentar com os sentimentos é um processo de aprendizado, uma jornada intencional. Seja um questionamento ou um silêncio introspectivo, permita-se conhecer e aceitar. É uma jornada desafiadora, mas com certeza, também é revigorante.


 
 
 

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© Samara Muniz 2024

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