Eu Tive que me Perder para me Reencontrar
- Samara Muniz
- 2 de fev. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 5 de set. de 2024
Sempre me vi como alguém com um bom senso de autoconsciência, provavelmente porque estive em lugares que não apenas promoviam isso, mas também me permitiam expressar quem eu sou, e isso é maravilhoso. Eu sei quem são meus amigos, o que quero fazer e onde quero estar. Por que eu desejaria mais do que isso? No entanto, somos seres humanos, tentados por oportunidades para melhorar nosso status, finanças ou qualquer coisa que possamos tirar proveito.
Então surgiu a oportunidade mágica: eu iria morar no exterior. O que poderia dar errado? Elaborei meu plano, delineei meus objetivos e segui meus passos diligentemente, como sempre fiz. Não parecia haver espaço para erros, considerando que eu até tinha um plano B - me orgulhava de ser tão astuta. Mas então, ao embarcar nesse plano, algo mudou - não o plano, mas eu mesma. O que estava acontecendo? Seriam novas emoções emergindo ou talvez uma fusão de sentimentos passados resultando em uma nova sensação? Até me vi questionando o que realmente queria fazer. Busquei referências, mas os rostos pareciam desconhecidos. Percebi que não estava mais dentro do meu refúgio familiar.
Perdi meus pontos de referência, as coisas simples como reconhecer o vizinho ou o atendente amigável na mercearia local. As ruas agora tinham nomes que eu tinha dificuldade em pronunciar corretamente. Essas pessoas eram estranhas para mim, assim como eu era para elas. Poderia confiar nelas? Elas diziam "Sim", então dei o salto e descobri que algumas dessas respostas positivas vinham de corações abertos e amáveis, enquanto outras eram oportunistas explorando minha vulnerabilidade. Começar de novo resultou em desfechos bem diferentes do que eu havia imaginado no meu "plano perfeito", e nem mesmo meu plano B correspondia às minhas expectativas. Havia coisas que se encaixavam, mas outras não, e de repente me vi não apenas perdendo meus marcos familiares, mas também perdendo o contato com a pessoa que costumava ser, lutando para reconhecer a nova identidade que estava emergindo dentro de mim.
Hoje, entendo que a autoconsciência não é um estado fixo; é um processo contínuo e vibrante que requer que eu permaneça receptiva para compreender quem sou, quem eu costumava ser e quem estou me tornando. Tive que me perder para descobrir minhas forças, desafiar minha capacidade de superar obstáculos e abraçar a realidade de que a mudança é constante. Agora, sou uma mistura do antigo e do novo, do conforto e do desconforto, da garota que eu era e da mulher que estou me tornando.
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